segunda-feira, 27 de abril de 2020
ANTIPOEMA DO REAL
...eu aqui sozinho comigo mesmo tenso acendendo um cigarro bebendo gim tônica abrindo live do oswaldo montenegro a beleza da música a esperança das letras lembranças das paixões amorosas dos amores apaixonantes dos acertos e erros e dos filhos e da beleza e do carinho e do prazer e de tudo que a vida tem de bom e mesmo de ruim que também é bom e mesmo triste é belo e mesmo longe é perto e mesmo inexistente sou eu... e outro cigarro e outro gole e outro afago da memória e do prazer que não tenho agora e da carne que falta e do carnal que relembra e o oswaldo lembrando os corpos prazeres paixões dores desamores atritos detritos deteriorados e o tempo ah o tempo e a luz e o sol e a mágica e os medos e as ousadias diárias desnecessárias e mais amores e lembranças tristes alegres intensas tensas alteradas pelo tempo e ah o tempo e a beleza a beleza e a beleza da música e o cigarro e o gim e o pensamento e o verso que surge e o pensamento e o outro verso e o poema nascendo ali no meio da beleza da dor do amor da lembrança do esquecimento do momento e de outro estado interno e terno e outro verso e a loucura do prazer do poema nascendo do amor de outrora da hora de outro momento e dos amores e dores e intentos e do tempo ah o tempo e da beleza e tristeza e do eu e do outro e do nós e dos sem nós e sem outro e sem amores e sem dores e paixões e ilusões ou mesmo desilusões e os versos fogem e o cigarro acaba e o gim se esgota e a live trava e o poeta morre e a realidade sem voltar se impõe... isolamento pandemia curva que não deixa de ser curva e máscaras e morte e morte e mais morte e neonazismo e bolsonaro e pós-verdade e corpos e mais corpos e covas e mais covas e a falta de covas e morte e a distância e a solidão e a saudade e a morte e mais morte e o poema morreu comigo e em mim e sem mim e se foda tudo e a vida e tudo e nem eu e nem o outro e nem o mundo e o nada e nem a vida existem mais...
sexta-feira, 10 de abril de 2020
PANDEMIAS
Hoje acordei pandemônico:
Virtualmente infectado de pandemências
Nascidas de pandemedos,
Pan-animais,
Pandecomplexos mentais,
Pandemortes alheias
Que se desnudam despudoradamente para mim.
Hoje acordei pandeanímico:
Estupidamente viralizado de pandeuses
Criados por pandevidas,
Pan-desejos,
Pandetempo de cortejos,
Pandecovas pessoais
Que se abrem desnecessariamente em mim.
Hoje acordei panderoto:
Docilmente contaminado de pandefúrias
Surgidas de pandeamores,
Pan-afetos,
Pandemundos incompletos,
Pandeausências infernais
Que se alimentam inescrupulosamente de mim.
Hoje acordei pandeimenso:
Vergonhosamente contagiado de pandevozes
Vindas de pandeoutros,
Pan-poetas,
Pandepalavras de profetas,
Pandepresenças abissais
Que se apropriam indevidamente do mim.
Hoje eu acordei pandevivo,
Hoje eu acordei pandemorto,
Será que hoje
Eu realmente acordei?
Virtualmente infectado de pandemências
Nascidas de pandemedos,
Pan-animais,
Pandecomplexos mentais,
Pandemortes alheias
Que se desnudam despudoradamente para mim.
Hoje acordei pandeanímico:
Estupidamente viralizado de pandeuses
Criados por pandevidas,
Pan-desejos,
Pandetempo de cortejos,
Pandecovas pessoais
Que se abrem desnecessariamente em mim.
Hoje acordei panderoto:
Docilmente contaminado de pandefúrias
Surgidas de pandeamores,
Pan-afetos,
Pandemundos incompletos,
Pandeausências infernais
Que se alimentam inescrupulosamente de mim.
Hoje acordei pandeimenso:
Vergonhosamente contagiado de pandevozes
Vindas de pandeoutros,
Pan-poetas,
Pandepalavras de profetas,
Pandepresenças abissais
Que se apropriam indevidamente do mim.
Hoje eu acordei pandevivo,
Hoje eu acordei pandemorto,
Será que hoje
Eu realmente acordei?
Assinar:
Postagens (Atom)