Se bons
nascemos e a sociedade que nos deforma
Levando-nos
aos infernais prazeres da maldade,
Como preguam
os castos defensores da bondade
E todos
os crédulos e autômatos de têmpora morna
Que impõe
o seu tedioso medo como norma:
Fazei da
tua alma tola escrava da felicidade!
Digo-vos:
repudiais esse falso autoritário estandarte,
Buscais
a força e o calor da espada na bigorna
Absorvendo
todas pungentes marteladas da vida!
Assim
tereis coragem de vos infligir vossas próprias feridas
E não
dependereis de dores, amores, palavras alheias...
Assim
sereis Homem único, singular, não-dividido,
Poderás
ser bom e mal, sem culpa, no vosso olvido:
Ó
poetas, fazeis do inevitável mal vossa bandeira!